Tricicleiros se unem a Sejusc e União das Nações Unidas na campanha Não é Não, em Parintins
Donos de veículos aprenderam, dentre outras coisas, a oferecer escuta qualificada, abordagem adequada e como cada poderão pode auxiliar mulheres em situação de violência durante eventos
Pelo segundo ano consecutivo instituições públicas e organizações da sociedade se unem em defesa dos direitos e no combate a violência contra as mulheres e a exploração sexual de crianças e adolescentes, durante o Festival Folclórico de Parintins. Trabalhando juntas, equipes técnicas da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), chegaram com antecedência a Ilha Tupinambarana para conscientizar a população e visitantes sobre o protocolo Não é Não.
Mais uma vez, a campanha teve a adesão da Associação dos Tricicleiros Turísticos de Parintins (ATTP) participaram de capacitação onde aprenderam, dentre outras coisas, a oferecer escuta qualificada, abordagem adequada e como cada profissional pode auxiliar mulheres em situação de violência durante eventos.
“Os tricicleiros fazem acontecer aqui em Parintins, e o Protocolo Não é Não precisava deles e, certamente, as mulheres vão se sentir muito mais seguras sabendo que entrando num triciclo em que a pessoa foi capacitada, em que a pessoa sabe o que deve fazer caso uma mulher sofra violência”, destaca a secretária executiva de Política para Mulheres, Lilian Gomes.

Ao todo, 100 veículos estão circulando na ilha com número de denúncias e apoios às mulheres sobreviventes de violências e difundindo informações de direitos humanos nas ruas da cidade.
Jocirene Morais, tricicleira há 8 anos, participou do curso e ficou feliz em poder fazer parte do movimento de proteção pelos direitos da mulher.
“Estou achando muito bom pra nós mulheres, vamos nos sentir mais protegidas, porque vem muita gente de fora, nos sentimos mais protegidas depois do treinamento. Aprendi que se eu ver alguma coisa incorreta, eu posso chegar lá e falar o não, que a pessoa respeita e a gente quer ser respeitada”, afirma a tricicleira.

Obrigatoriedade
Desde a última terça-feira (25/06), a aplicação do Protocolo Não é Não, fruto da lei federal 14.786, é obrigatória em todo o território nacional e o Festival de Parintins é pioneiro na aplicação das medidas em um grande evento.

Débora Rodrigues, representante do UNFPA e responsável pelas capacitações, garante que os tricicleiros são atores e atrizes fundamentais do festival.
“O engajamento deles me surpreendeu. Estiveram em peso nos dois dias de capacitação e, como eu disse pra eles lá na formação, eles são os olhos da cidade. Eles transportam as mulheres, eles transportam as crianças. Então, estarem sensibilizados sobre as estratégias de proteção e sobre o protocolo é extremamente importante. A gente só tem a agradecer aos tricicleiros por estarem engajados nessa luta”, frisa a representante do UNFPA.
Fotos: Lincoln Ferreira/Sejusc